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Integral Human Development

Ineficácia política do DHI?

O Desenvolvimento Humano Integral (DHI) comporta uma conceção (diz coisas) a respeito da humanidade, da sociedade e do mundo. O seu projeto histórico e os seus valores ambicionam edificar um mundo plenamente humano.

Algumas questões se colocam. O DHI é historicamente relevante? Cria compromisso? O DHI passa para o concreto dos decisores políticos ou mais não é do que o enunciado de alguns princípios generalistas, desenraizados da vida, sem eficácia política? Será que o DHI corresponde a uma referência essencial na praxis política ou constituirá apenas uma vaga inspiração ético-política?

Para que o DHI tenha materialização e seja uma realidade histórica precisaria de ser assumido como guia e justificar uma prática, deveria significar para os sujeitos políticos uma referência de aglutinação política, mediatizando a teoria na direção da prática.

À sociedade portuguesa colocam-se acutilantes reptos à intervenção consequente tendo em vista a erradicação do problema estrutural da pobreza, o implementar de medidas para vencer as profundas assimetrias territoriais e as fundas clivagens sociais, o desafio do desenvolvimento capaz de tocar as numerosas ultraperiferias da sociedade portuguesa e de gerar justiça social.

Mas, passemos à realidade concreta a que pertencemos. O que representa o DHI como contribuição para o transformar a sociedade portuguesa? Qual a dimensão social, a extensão política e a densidade material dos valores, dos princípios e orientações que configuram o DHI? Como se perspetiva na sociedade portuguesa uma práxis política fundamentada em valores como a solidariedade, a justiça social, o engajamento com as ultraperiferias sociais? Quais são as oportunidades ou potencialidades que estarão reunidas em lugares nevrálgicos da sociedade portuguesa no sentido de promover o DHI? Que dinâmicas sociais, compromissos e linhas de ação políticas são hoje confluentes com os valores do DHI? Com que forças cumulativas poderemos contar para processos que avancem para uma sociedade de rosto mais humano?

O nosso projeto de trabalho, no âmbito do CADOS, procurará atender a estas interpelações.

                 Political ineffectiveness of DHI?

Integral Human Development (IHD) involves a conception (says things) about humanity, society and the world. Its historical project and values ​​aim to build a fully human world.

Some questions arise. Is IHD historically relevant? Does it create commitment? Does IHD become concrete for political decision-makers or is it nothing more than the statement of some generalist principles, uprooted from life, without political effectiveness? Does the IHD correspond to an essential reference in political praxis, or does it just constitute a vague ethical-political inspiration?

For the IHD to materialize and be a historical reality, it would need to be assumed as a guide and justify a practice, it should represent for political subjects a reference to political agglutination, mediatizing theory in the direction of practice.

Portuguese society is faced with sharp challenges for consistent intervention with a view to eradicating the structural problem of poverty, implementing measures to overcome profound territorial asymmetries and deep social cleavages, the challenge of development capable of touching the many outermost outskirts of society Portuguese and to generate social justice.

But, let’s move on to the concrete reality to which we belong. What does IHD represent as a contribution to transforming Portuguese society? What is the social dimension, political extension and material density of the values, principles and guidelines that shape the IHD? How do you see a political praxis based on values ​​such as solidarity, social justice, and engagement with social outskirts in Portuguese society? What are the opportunities or potentialities that will be gathered in critical areas of Portuguese society to promote IHD? What social dynamics, commitments and political lines of action are today confluent with the values ​​of IHD? What cumulative forces can we count on for processes that advance towards a society with a more human face?

Our work project, within the scope of CADOS, will seek to respond to these questions.


OpenEdition sugere que esta publicação seja citada da seguinte forma:
edgarsilva (26 de Janeiro de 2025). Ineficácia política do DHI? Desenvolvimento Humano Integral. Recuperado em 22 de Março de 2025 de https://doi.org/10.58079/13644


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